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Archive for the ‘American Way of Life’ Category

A eleição presidencial americana acontece hoje, dia 6 de novembro, mas nós já votamos na semana passada.  Isso mesmo, já votamos!  Eu estava pensando exatamente nas diferenças gritantes entre o sistema eleitoral americano e o sistema brasileiro quando tive a idéia de escrever sobre isso.  Quer saber como é?  É só continuar lendo.

I voted sticker_Photo by Carol_Ex corde

Pra começo de conversa o voto não é obrigatório.  Vota quem quer, quem tá a fim e ponto final.  Existe toda uma conversa do exercício de cidadania para incentivar a ida às urnas e aqueles que votam tem bastante orgulho do ato.  Existe até a distribuição de adesivos dizendo “Eu votei”! (Obrigada pela foto, Carol!).

Early Vote_Ex corde

Na semana que antecede o dia da eleição acontece o que eles chamam de Early Voting, que é basicamente uma votação antecipada.  Eu acompanhei o Marido até uma biblioteca pública para ver como isso funciona enquanto ele votava antecipadamente.  Voto antecipado, Brasil!  É tão civilizado que chega a ser bizarro!

Election_Ex corde

A votação antecipada tem basicamente dois propósitos: diminuir a quantidade de gente no dia da eleição e proporcionar maior comodidade para os eleitores como uma maneira de incentivar mais gente a votar.  Não se esqueça que o voto não é obrigatório.

Early Election_Ex corde

Achei todo o cenário muito parecido com um dia de eleição no Brasil, só que mais arrumadinho, mais organizado, mais limpo e com pessoas menos barulhentas respeitando as regras.  As placas de propaganda política só podiam ir até uma distância X marcada com um pedaço de madeira e um papel avisando (foto acima).  E a brasileira aqui ainda faz cara de bocó ao perceber que não havia nenhuma propaganda além do ponto determinado.  As pessoas respeitam!  Por falar em pessoas, tinha um número razoável de gente votando antecipadamente no sábado passado.  Voto antecipado, minha gente!

Early Voting Line_Ex corde

Achei tudo bem explicadinho e não muito burocratizado.  Marido não sabia onde estava o título de eleitor e votou usando apenas a carteira de identidade.  E ao contrário do que eu pensava, o voto é eletrônico.

Elections_Ex corde

Tive a chance de ver um exemplo da cédula de votação do condado em que moro aqui no Texas.  Além do presidente incluía senadores, juízes, xerife, e mais alguns outros cargos locais que eu nem sabia que eram eleitos juntos. 

Elections Ballot_Ex corde

As regras para a votação antecipada variam de estado para estado podendo ser feita pessoalmente ou até pelo correio.  Isso mesmo que você leu: antecipadamente pelo correio.  Como eu não transferi o meu título de eleitor para o Texas, eu ainda voto pela Virginia no sistema que eles chamam de Absentee Voting.

Absentee Voter Ballot_Ex corde

E como não estou lá, voto pelo correio daqui.  Recebi a cédula pelo correio, segui as instruções para votar DE LÁPIS (!), coloquei a cédula dentro de um envelope, assinei juntamente com uma testemunha, coloquei dentro de um outro envelope selado já preenchido por eles com os meus dados e joguei na caixa do correio. 

Ballot _Ex corde

E o festival de bizarrices não acaba por aqui.  No Brasil, você vai lá na urna no dia da eleição e vota no seu candidato.  Na final do dia, o candidato mais votado ganha porque o voto é contado diretamente.  Você tem certeza de que o seu voto contou para o candidato que você escolheu.  Contou, do verbo contar 1 + 1 = 2.  Ele/Ela pode até não ganhar, mas o seu voto foi contabilizado.  Você sabia que na eleição presidencial americana o voto não é direto?  Eu não sabia e só descobri isso nas eleições de 2008.  Apesar da eleição presidencial ser no âmbito federal, vamos raciocinar daqui pra frente em nível estadual porque é assim que o negócio funciona por aqui.  Cada estado dos EUA tem um Electoral College, que eu vou traduzir livremente de Colégio Eleitoral.  O Colégio Eleitoral de cada estado é formado por Electors, que eu vou chamar de Eleitores.  (Se alguém souber as denominações corretas em português, adiciona aí nos comentários please!).  Então cada estado tem um Colégio Eleitoral formado de Eleitores, certo?  Só que os Eleitores não são todos os cidadãos comuns que vão às urnas votar.  Os Eleitores dos Colégios Eleitorais são (1) pessoas afiliadas a um partido político que são nomeadas como recompensa por muitos anos de serviço no partido daquele estado ou são (2) eleitas pelo voto dentro das convenções do partido daquele estado.  Mais uma vez essas regrinhas variam de estado para estado, mas geralmente os Eleitores são pessoas politicamente ativas dentro dos seus partidos políticos ou conectados de alguma maneira com a arena política (ativistas políticos, líderes de partidos, políticos eleitos, etc).  E a quantidade de Eleitores de um Colégio Eleitoral é proporcional (1:1) ao número de Senadores e Deputados Federais de cada estado que por sua vez é proporcional à população de cada estado.  Ou seja, quanto mais populoso o estado, maior número de Eleitores o Colégio Eleitoral terá.  O mapa abaixo mostra o número de Eleitores de cada Colégio Eleitoral de cada estado.

Fonte: http://www.nationalpopularvote.com/pages/electoralcollege.php

Quando as eleições chegam, cada partido político dentro de cada estado americano já vai ter criado o seu Colégio Eleitoral com o número de Eleitores correspondentes.  Tanto os Democratas como os Republicanos terão seus Eleitores prontos representando o seu estado.  Aí acontece a votação que os cidadãos comuns vão às urnas – essa que eu e o Marido votamos.  Os votos são contados.  Continue pensando em nível estadual.  Cada estado tem um político eleito pelo voto popular.  Para ilustrar, vamos imaginar que o Obama tenha ganhado na Virginia.  O Obama é do partido Democrata e como ele venceu as eleições dentro do estado da Virginia, os 13 Eleitores do partido Democrata do Colégio Eleitoral da Virginia entram em ação votando para presidência.  O estado da Virginia tem direito então a 13 votos democratas (teoricamente).  Os Eleitores dos Colégios Eleitorais dos outros partidos dentro da Virginia vão para casa.  E isso acontece dentro de cada estado de acordo com quem venceu a eleição no voto popular.  Os Eleitores de cada estado votam para presidência na segunda quarta-feira de dezembro e enviam os votos selados para o Congresso em Washington DC.  O resultado oficial só sai no dia 6 de janeiro, dois meses depois da eleição popular.  É aí que está a pegadinha: eu não voto diretamente para o candidato que eu escolher, se o meu candidato ganhar o meu voto terá sido na verdade para os Eleitores do Colégio Eleitoral do partido do meu candidato.  E quem garante que ele vai votar no mesmo candidato que eu votei?  Isso não deveria acontecer, mas acontece.  Em 2000, Al Gore ganhou no voto popular, mas não levou a eleição porque Bush tinha mais votos de Eleitores dos Colégios Eleitorais de todos os estados.  Atualmente existem 538 Eleitores nos Colégios Eleitorais de todo o país, ou seja, são 538 votos Eleitorais que realmente contam nas eleições presidenciais americanas.  Um candidato precisa ganhar um mínimo de 270 votos Eleitorais para vencer a eleição.  E dentro desse sistema de Colégio Eleitoral, o meu voto pode valer absolutamente nada dependendo de quem ganhar no meu estado. 

E por que diabos as eleições funcionam assim?  Porque está escrito no Artigo II Seção 1 da Constituição Americana.  Os seus criadores não acreditavam que um cidadão comum teria condições de escolher um candidato adequadamente e por isso deram um jeito de usar o sistema político na escolha do presidente.  Isso aconteceu lá em 1787 e para alterar o sistema eleitoral seria necessário alterar a Constituição.  Dá trabalho só de pensar. 

E obviamente que existe muita crítica, umas positivas defendendo que só assim existe uma votação justa e proporcional; outras reinvidincando o voto direto.  E o que você acha desse sistema?

Ex corde.

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A sazonalidade é uma coisa bastante forte nos Estados Unidos e que influencia bastante a vida das pessoas muito além das condições climáticas de cada estação.  Ela quase que define hábitos & costumes relacionados com uma época do ano e os patches de abóboras são um exemplo perfeito para ilustrar o final do mês de outubro porque eles podem ser visto em qualquer lugar.

Pumpkin Patch em Gruene_Ex corde

Muitos produtores de abóboras colocam uma boa quantidade variada delas em exposição em pequenas áreas no meio da cidade – já vi em estacionamentos, esquinas e até em canteiros centrais mais largos.  É uma opção a mais de compra e que, dependendo da localização, pode ser muito mais conveniente do que ir até o supermercado.  Então não é nada estranho a gente se deparar com várias abóboras espalhadas por aí à venda nessa época do ano. 

PumpkinPatch_Ex corde

As fazendas de abóboras também abrem as suas portas para quem quiser escolher a abóbora perfeita e aproveitar para entreter as crianças.  Eu nunca fui em uma, mas sei que existe uma programação extensa.  A Luciana do Colagem acabou de contar a experiência da sua família numa fazenda de abóboras aqui no Texas com muitas fotos lindas (vai lá!).  Enquanto isso, eu me divirto com as abóboras em menor escala dos patches :) 

Pumpkin_Ex corde

Parei por acaso nesse patch de abóboras quando levava minhas amigas para conhecer a histórica Gruene, TX.  As abóboras estavam espalhadas na grama da beira da estrada e como elas nunca tinham visto um antes, obviamente que tive que parar para tirar muitas fotos.  Éramos três crianças brincando!  :)

Pumpkin Pricing_Ex corde

Uma outra questão cultural que chamou a atenção das minhas amigas brasileiras (e que eu não me canso de achar extremamente evoluído) era como as abóboras estavam sendo vendidas.  Não havia ninguém tomando conta do local.  Os preços variavam de acordo com os tamanhos e estavam riscados nas próprias abóboras modelos expostas em uma mesa  (foto acima).

Money Drop Box_Ex corde

Aí depois de passear pelo patch e escolher qual abóbora comprar, o cliente coloca o dinheiro referente dentro de uma caixinha que fica bem visível – a money drop box.  Essa prática – que soa como imbecilidade nos ouvidos de muitos brasileiros – é relativamente comum por aqui.  Você sabe o que é o Honor System?

Onde esta a Marj_Ex corde

Essa época do ano passou a ser a minha preferida quando eu morava mais para o norte dos Estados Unidos e existia tudo aquilo que um outono deve ter: troca de folhas das árvores, tons amarelados e alaranjados, friozinho, abóboras, etc.  Continuo gostando disso tudo, só que agora que moro no Texas só me sobraram as abóboras!  Ah, e como eu adoro as abóboras.

Green Pumpkins_Ex corde

Inclusive as esquisitas que de abóbora não tem nada.  Nem a cor.

Ex corde.

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5 Anos_Ex corde

❤❤❤❤❤

5 Anos de Casados_Ex corde

❤❤❤❤❤

Happy 5th Anniversary_Ex corde

❤❤❤❤❤

Wedding Anniversary_Ex corde

❤❤❤❤❤

O mais gostoso de tudo é olhar para esses anos e perceber que conseguimos elevar dias comuns à categoria de datas especiais – como a de ontem! 

Ex corde.

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Enquanto estávamos tomando café da manhã na rua outro dia, eu servi uma porção de frutas cortadas em cubos.  Sentei ao lado do Marido e, sem nem perguntar se ele queria, já fui levando um pedaço de abacaxi na direção de sua boca.  Ele adora essa fruta e eu simplesmente não pude antecipar a cara feia que ele fez antes de me dizer:

– You’ve ruined me.

Ele fez um esforço para engolir.  Daí em seguida completou dizendo que eu tinha o arruinado por ter criado o hábito de comer abacaxi fresco.  A culpa é toda minha que agora ele não consegue mais comer um abacaxi enlatado que antes ele comia numa boa.  Demos uma boa gargalhada.  Fui então provar o coitado do abacaxi.  Era extremamente doce, mas não o doce natural da fruta.  Quase uma calda açucarada com um quê artificial no sabor.  Peguei outro pedaço de fruta amarela que não consegui reconhecer qual era.  Provei.  Era o mesmo gosto do abacaxi.  Peguei um pedaço de fruta meio alaranjada que também não reconheci.  Provei.  Marido perguntou se era mamão.  Adivinha?  Tudo tinha o m-e-s-m-o gosto.  Mais gargalhadas com ele se recusando a provar. 

-  É amor, eu te arruinei mesmo!

Ex corde.  

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