Três meses e quatro dias depois, eu finalmente aceitei trocar a placa do meu carro. Para desespero do meu querido marido, eu já vinha rodando com a placa do outro estado vencida consciente que poderia levar uma multa. Concordo com ele que a minha birra era extremamente irracional, mas eu não estava preparada internamente para oficializar essa mudança.
Mas curiosamente hoje eu troquei as placas como quem coloca o lixo para fora, sabe, como se fosse mais uma tarefa doméstica diária a ser feita. Não precisei de um ritual de preparação psicológica para realizar a tal simbólica troca. Quanto avanço no estado emocional dessa pessoa que vos escreve!
Eu às vezes me surpreendo comigo mesma em como sou cheia de simbolismos. Parei para pensar sobre isso quando terminei de parafusar a placa do Texas no carro e me vi com a placa antiga nas mãos. Aquela não era só mais uma placa vencida empoeirada – ela carregava poeira de várias caminhos que eu literalmente andei e … Caraca, me vi assustadoramente apegada a uma placa de carro! É isso mesmo? E Freud explica?!?
Respirei fundo e olhei para as outras placas de carro antigas que Marido orgulhosamente tem penduradas nas paredes da garagem. Vi placas da Bélgica, Itália e mais outras placas antigas européias que nem sei de onde são (antes da UE) que contam um pouco da história por onde ele já viveu. Quer saber, deixa eu arrumar logo um cantinho para essa placa velha porque, afinal de contas, eu também faço parte desse mural de historinhas!
Ex corde.
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